Minha sanidade
Já há muito corrompida
E o meu corpo fraco
Arrastado pelas ondas
Lançaram a âncora
Neste porto atraente
Aqui me deparei com gente
Bicho, lixo e automóvel
Num movimento doentio
Ditado pelo sol de meio-dia
E pelo suor que enxarca o corpo
Afogando a vontade de viver
E aos poucos a âncora
se tornou o peso insuportável
Que carrego nas costas
E me deixa corcunda
Que me tira a postura
Como tira os sonhos
Até o vento que às vezes bate
Pra aliviar o ardor
De viver nesse inferno
Passa de mim
Pelo buraco que a saudade
Cavou em meu peito
E desperta a insônia
Que se deita comigo
Acordada eu me lembro
De como era navegar
Sem passar mais que dois dias
Em terra firme
Hoje tudo é firme
E quase nada flutua
O que flutua se desmancha
No ar
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11 de setembro de 2014
23 de março de 2014
Encardida
Repetidas vezes
Pelo decorrer do hoje
Expulsei teu nome
Do cerne de meu devaneio
Acordou-se a vila
Ao som de meus berros
-Pedindo por teu corpo-
Antes mesmo do sino tocar
Cuspi tua vida no prato
No meio do refeitório
E as velhas morreram de asco
Por teus detalhes sórdidos
Teu corpo, em minha língua
Virou canção. Fiz voz e violão
Na praça, no sol ardente
Em projetos e nas reuniões
E sob a penumbra,
Risquei em batom vermelho
O contorno dos teus lábios
No espelho de um banheiro
Imundo e inundado
No auge da embriaguez, na calçada
Vomitei- já no final do dia-
Além do álcool
As juras de amor que não vieste ouvir
Minha encardida poesia
15 de fevereiro de 2014
Acorda bamba
Levanta o primeiro pé
E mantém-se dessa forma
Num equilíbrio
Digno de corda bamba
Por todos os segundos
Que antecedem
O próximo passo
E repete o ato
Repete
E Repete o ato
Conhece de ponta a ponta
Esse chão de pedras
Que se convertem em ovos
Com a incrível leveza
Daqueles movimentos grandiosos
Flutua baixo
Flutua
Flutua baixo
Lembra que é bailarina
E depressa se enrola
Rodopia de mãos no ar
Sorri para o público
Apruma a postura
E salta no ar
Salta
Salta no ar
Mas cai pesado
Daquela cama fria
Com o som que acende o dia
E, no susto, derruba a mesa
Derruba o sonho
Derruba a certeza
Derruba a corda bamba
E mantém-se dessa forma
Num equilíbrio
Digno de corda bamba
Por todos os segundos
Que antecedem
O próximo passo
E repete o ato
Repete
E Repete o ato
Conhece de ponta a ponta
Esse chão de pedras
Que se convertem em ovos
Com a incrível leveza
Daqueles movimentos grandiosos
Flutua baixo
Flutua
Flutua baixo
Lembra que é bailarina
E depressa se enrola
Rodopia de mãos no ar
Sorri para o público
Apruma a postura
E salta no ar
Salta
Salta no ar
Mas cai pesado
Daquela cama fria
Com o som que acende o dia
E, no susto, derruba a mesa
Derruba o sonho
Derruba a certeza
Derruba a corda bamba
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