Minha sanidade
Já há muito corrompida
E o meu corpo fraco
Arrastado pelas ondas
Lançaram a âncora
Neste porto atraente
Aqui me deparei com gente
Bicho, lixo e automóvel
Num movimento doentio
Ditado pelo sol de meio-dia
E pelo suor que enxarca o corpo
Afogando a vontade de viver
E aos poucos a âncora
se tornou o peso insuportável
Que carrego nas costas
E me deixa corcunda
Que me tira a postura
Como tira os sonhos
Até o vento que às vezes bate
Pra aliviar o ardor
De viver nesse inferno
Passa de mim
Pelo buraco que a saudade
Cavou em meu peito
E desperta a insônia
Que se deita comigo
Acordada eu me lembro
De como era navegar
Sem passar mais que dois dias
Em terra firme
Hoje tudo é firme
E quase nada flutua
O que flutua se desmancha
No ar