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11 de setembro de 2014

Da âncora

Minha sanidade
Já há muito corrompida
E o meu corpo fraco
Arrastado pelas ondas
Lançaram a âncora
Neste porto atraente

Aqui me deparei com gente
Bicho, lixo e automóvel
Num movimento doentio
Ditado pelo sol de meio-dia
E pelo suor que enxarca o corpo
Afogando a vontade de viver

E aos poucos a âncora
se tornou o peso insuportável
Que carrego nas costas
E me deixa corcunda
Que me tira a postura
Como tira os sonhos

Até o vento que às vezes bate
Pra aliviar o ardor
De viver nesse inferno
Passa de mim
Pelo buraco que a saudade
Cavou em meu peito
E desperta a insônia
Que se deita comigo

Acordada eu me lembro
De como era navegar
Sem passar mais que dois dias
Em terra firme

Hoje tudo é firme
E quase nada flutua
O que flutua se desmancha
No ar